Ilha Central - Cornucópia

 
  Os tributos conseguiram fugir, e Benhur acabara de matar a mulher que ameaçara mermaid. Ela era uma bela moça, e em seus olhos eu conseguia enxergar o mesmo desejo que eu nutria em participar dos jogos. Eu realmente gostaria de tê-la como aliada.
  — Você está bem, mermaid? Tá sujinho bem aqui — eu disse em tom de brincadeira, apontando para todo seu corpo, coberto pelo sangue da carreirista morta. — Que pena que seu companheiro de distrito, o pescador, conseguiu fugir. Eu adoraria estripá-lo feito um peixe.
  Mermaid riu.
  Fui surpreendida por um abraço de Snowfall, mas naquele momento de tensão, seu abraço não foi mal recebido, então me apertei a ele, aproveitando aquela sensação nova de alento. Mas eu não estava ali para relaxar, estava ali para matar.
  — Eu estou bem, Snowfa... Benhur. Estou bem — eu disse, me afastando dele um tanto sem jeito.
  Logo Penélope começou a nos passar instruções para capturar o bestante que acabara de fugir.  Muito esperta... Mas eu tinha coisas minhas a resolver. A cornucópia era nossa, e logo ali estava a minha zarabatana. Mas onde diabos estava o veneno? Vasculhando todo o lugar com o olhar, notei alguns frascos com líquidos de diversas cores. Interessante...

Resumo:
- Pegar a zarabatana e os dardos.
- Pegar um frasco com líquido cinza, e um com líquido azul.
- Colocar os frascos dentro da bolsa, e ver os itens que a bolsa contém.

 
  Meu rosto estava enfeitado por um sorriso quando percebi mais uma arma em meu arsenal, uma bela adaga. Ela parecia perfeita para estripar peixes...
  A voz de Pandora soou alta na cornucópia. Nosso amiguinho bestante iria voltar, e quem o matasse se tornaria o líder da ilha. Que situação mais interessante. O que poderia ser mais vantajoso: Ter um bestante no poder de uma aliada, ou ser a comandante da ilha?
 Penélope pareceu sentir a tensão, e falou muito séria que ninguém mataria o passarinho. Não sabe ela que ninguém me dá ordens.
  Snowfall se encontrava com duas cordas, e mermaid com um charmoso tapa olho e seu chicote em mãos. Ambos pareciam preparados para ajuda-la a domar o animal. Eu havia deixado a aula deprimente de nós de Penélope para cuidar das minhas coisas. Não acreditava que serviria de muita coisa ali, ou poderia servir sim...
  Ainda não havia me utilizado da minha linda zarabatana, e nem sabia os efeitos dos líquidos. De um jeito ou de outro eu poderia me dar bem. Ou os ajudaria a domar o animal, ou o mataria e comandaria a ilha central.
  Como numa deixa a criatura apareceu e pousou em cima da cornucópia.
  E que a sorte esteja sempre ao meu favor!


Resumo:
- Pegar um dardo e mergulhá-lo no líquido azul o mais rápido e cuidadosamente possível.
- Usando a zarabatana, soprar o dardo na direção do bestante.

Mas que ótimo... Vários remédios a minha disposição e eu não sei para que servem. Me viro para pedir ajuda a alguém e percebo um paraquedas vindo em minha direção, eu o abro e mal posso conter o sorriso ao ver o premio. Agora pareço mais perigosa.
Uma voz feminina começa um anuncio e paro de prestar atenção quando ela diz que a ilha é de quem matar o bestante. Vejo ele voltando e pousando na cornucópia. A mulher do dez parece preocupada com seu futuro bichinho de estimação.
Veremos se um bestante deste tamanho é útil quando domado. Mima não parece gostar da idéia, ela está mirando seu próximo dardo no bestante, procuro ficar longe do alcance de seus dardos, para não ser acertada erroneamente. Benhur já esta com a corda no pescoço do bicho quando chego, direciono a chicoteada no bico dele, quando o chicote se enrolar será o bastante pra mante-lo de bico fechado. Imediatamente apanho uma faca, não exitarei em esfaqueá-lo caso me ataque.



Resumo:
- Vestir o tapa-olho
- Enrolar o chicote no bico do bestante e segurá-lo até que Penélope finalize seu trabalho
- Ficar atenta ao dardo que Mima está prestes a atirar

 
— Ops! — eu disse, logo após o corpo do bestante desabar inerte no chão. — Foi mal aí, galera bonita! Eu não sabia quais os efeitos dos líquidos. Minha intenção... Ah! Tanto faz! Eu sou a comandanteeeeee! — gritei, rindo histericamente.
Parei de rir quando lembrei que Snowfall pretendia domar o pássaro. Eu era sua pupila e me lembrava muito bem de seu jeito rígido nos treinamentos. Respirei livremente quando ele mostrou não se importar. Mermaid pareceu até admirada, mas Penélope... Parecia a ponto de explodir de raiva. Seria cômico, se não fosse deprimente.
— Desculpa, tia. Sabe como é, não é? Aqui é cada um por si.
O dispositivo no meu pulso apresentou minha vitória contra o bestante. Espero que agora todos saibam com quem estão se metendo. Apesar de nem ter sido emocionante. Matar com zarabatana não tem graça, não tem sangue ou gritos agonizantes, apenas uma morte rápida. Mas devo admitir que é mais que efetivo.
Estava ignorando os chiliques de Penélope quando algo novo apareceu no meu pulso. A fresquinha do 14 estava entrando no meu território. Provavelmente usando meus dardos. Mas não estava só, e sim com o tributo masculino do 8.
Tava na hora de ensinar a alguém que não se pega o pertence dos outros.
— Temos companhia — avisei a eles. — Dois boizinhos prontos pro abate vindo do norte!
Como eles ainda estavam um pouco longe, dava tempo de me preparar para fazer um serviço perfeito.


Resumo:
- Avisar à aliança da aproximação dos dois tributos que vinham do norte.
- Me manter longe e atenta à Penélope.
- Preparar quatro dardos, dois com o líquido cinza, dois com o líquido azul.
- Pegar o baú que Benhur usou como escudo, colocá-lo de frente para a entrada norte, e me esconder atrás dele.

 
“Eu deveria ter matado aquela vadia no banho de sangue”, foi meu primeiro pensamento quando recobrei a consciência. Como um chicote poderia ter me deixado assim? Minha cabeça estava explodindo de tanta dor. Tentei me levantar quando Snowfall agachou ao meu lado. Um dos meus olhos estava coberto, e também doía bastante.
— Continue deitada, você foi atacada pela Penélope. Jhudora cuidou de todos os seus ferimentos, mas preciso que você descanse. Não saia daqui.
Ah, não!!! A fresquinha do 14 havia me ajudado? Eu pretendia matá-la, mas, infelizmente, também sabia ser grata. É óbvio que ficar deitada seria entediante, mas se não fosse por ela, eu provavelmente apodreceria até a morte, o que deveria ter acontecido. Ela se tornara uma a menos na minha lista preferencial.
— Será que você poderia tomar conta de Mima pra mim? Está ficando escuro e eu preciso sair pra caçar alguns tributos, essa é a melhor hora — Snowfall pede a ela.
Ai, que legal! Agora a fresquinha vai ser minha babá, enquanto todos vão se divertir. Queria protestar quanto a isso, mas só a tentativa de articular algumas palavras em voz alta parecia ser capaz de rachar minha cabeça ao meio. Então tornei a me deitar.
— Acho que ficarei com uma cicatriz muito charmosa — eu disse, me dirigindo a Jhudora. — Vou parecer mais perigosa se sair viva daqui — eu ponderei, soltando as palavras lentamente para evitar mais dor. — Eu queria muito matar você — confessei. — Era a terceira da minha lista. Mas além do meu rosto, meu orgulho também está ferido. Sei ser grata, e valorizar quem me ajuda, pois nunca tive ajuda de verdade em toda a minha vida. O que você fez foi estúpido e desnecessário, mas fico feliz por isso.  Vou te recompensar não te matando, ao menos até que seja realmente necessário — eu ri com minhas próprias palavras, fazendo a dor irradiar da minha têmpora. — Como se eu fosse capaz de matar alguém nessas condições. É o melhor que posso te oferecer.
Eu sentia fome, sede e muita, muita dor. Eu precisava me reerguer para diminuir o número de tributos na arena. Mas precisa de Jhudora pra isso. Eu não conseguiria me levantar, então tive que apelar por ajuda.
— Você pode me ajudar pegando algo para que eu possa comer e beber? — Só eu sabia o quanto foi difícil colocar aquele pedido para fora da minha boca. Não somente pela dor, mas também pelo meu orgulho.


Resumo:
- Falar com Jhudora
- Pedir para que ela me ajude a comer e beber.